sexta-feira, 3 de outubro de 2008

"Mercado ou Não-mercado: o paradigma dos espaços cooperativos-democráticos"

Olá Pessoal, segue uma breve reflexão sobre a aula de hoje...

Na aula desta sexta (03/10/2008) discutimos a transformação que tem se dado em alguns mercados consolidados a partir do paradigma dos softwares livres e de outras ferramentas e ciberespaços que surgem na grande rede mundial, o que tem sido caracterizado como movimento pela democracia digital.
A grande indagação que pairou no ar foi se essa transformação que vem se dando a partir dos softwares livres e participativos/cooperativos (Linux, Firefox dentre outros milhares) e outras formas de envolvimento das pessoas no mundo digital (wikis, blogs e diversos outros ciberespaços) possui ou não alguma motivação de "Mercado".
Refletimos que, por um lado, o fato de muitas licensas trazerem consigo o carater de "Livres", mas com restrições a usos que possam de alguma forma gerar "lucros" (ex.: uso de softwares livres de compartilharmento de conexão em Lan Houses) é uma forma de ação "não-mercado", ou seja, socialização de usos. Mas, por outro lado, parece que muitos desses softwares "gratuitos" trazem consigo a característica de "Amostra Grátis", ou melhor, caso queiramos usar mais e com mais eficácia a ferramenta deveremos pagar .
Nesse último caso, identificamos que há o aproveitamento do espaço de construção e democratização para criar dependência mercadológica, havendo assim uma motivação de mercado.
Porém, o fato de a velocidade/quantidade de produtos e processos dessa natureza ser extremamente grande, nos faz indagar se somente a motivação econômica é suficiente para envolver uma quantidade grande de "mentes brilhantes" em atividades de tal natureza. Mesmo porque, podemos até pensar (é uma mera especulação) que a tamanho dos ganhos (em valor) nesse meio, em termos relativos, é infinitamente menor que a valoração daquilo que disponibilizado.
Nesse caminho, parece que há nas mesmas infovias, de um lado, militantes em favor da democracia digital, disponibilizando seu tempo e seu conhecimento com tal propósito, fazendo surgir "cibercommons". Por outro lado, estão aqueles se apropriam da "idéia" dos "cibercommons" para levar a cabo realizações privadas, no sentido liberal da palavra.
Enfim, parece que estamos presenciando uma Grande Guerra mundial em torno da democratização/apropriação da Grande Rede Mundial. Talvez naõ por acaso a World Wide Web (WWW) tenho algo em comum com a World Wide War (WWW). Resta saber se há um final e um vencedor.
É isso.. por enquanto...rsss

Um comentário:

Pedini disse...

Excelente observação, Jorge. Historicamente o capital sempre teve essa capacidade de "pasteurizar" novidades que, num primeiro momento se mostravam como contraponto de sua evolução (a discussão da temática ambiental é um exemplo), mas que, num segundo momento se tornavam mais uma forma de acumulação. Quem sabe com a democratização via infovias nos deparemos com algo novo. Vamos aguardar.